Setenta e cinco anos após seu surgimento, a Jaguar é hoje uma marca premium envelhecida, que passou metade da vida sentindo saudades da imagem pura e visionária do E-Type. Nenhum outro modelo (com exceção do XJ220) chegou perto de causar tanta comoção. Bem, as coisas parecem que vão mudar. Eis o novíssimo C-X75 exposto numa luxuosa vitrine de Londres.
O C-X75 é um conceito apresentado no último Salão de Paris, quando boa parte de suas características foram reveladas. Mais do que um design deslumbrante, inspirado no protótipo de corridas XJ13 dos anos 60, ele aposta nas tecnologias que prometem revolucionar não apenas as emissões, o consumo e outros blablablás, mas principalmente a dinâmica de condução.
São quatro motores elétricos, um para cada roda, e cada um com nada menos que 197 cv. Vezes quatro, chega a 788 cavalos com torque instantâneo e projeções de desempenho até modestas: de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos, com máxima de 330 km/h. Baterias de íon-lítio fornecerão energia para uma autonomia de 110 km. Parece pouco (e é), só que depois disso entram em cena duas turbinas a gás de alta potência instaladas atrás dos passageiros. Elas recebem ar proveniente das generosas aberturas laterais, e atuam como pequenas usinas de eletricidade, garantindo uma viagem espetacular de até 900 km.
O protótipo do C-X75 acaba de ser instalado na vitrine da Jaguar Boutique, no chique Berkeley Hotel, em Londres.
Tomara que os visitantes possam também conhecer o carro por dentro. Além das telas multifunção no lugar dos painéis, não há nenhum sinal de auto-falantes: o sistema de som da Bowers & Wilkins utiliza transmissores direcionais nas portas e no teto.
Você deve estar pensando “é só um conceito, por que estão gastando tantas linhas falando disso?”. Ocorre que o carro já foi visto rodando, e chegou a participar de encontros de aficionados. Tanto investimento exibido ao público não costuma terminar em museus – e além disso, tudo o que a Jaguar mais precisa é justamente de algo como o C-X75. Aposto que o veremos por aí nos próximos anos.